quinta-feira, 1 de agosto de 2013











"Um Blues para Sofia Wolf Ballan" ou "Na pausa de tudo tocou Bob Dylan"

hey baby, Te mando um blues...É tudo Blue agora!
Vou deixar a porta aberta e a luz de fora acessa.
O amor continua guardado na gaveta.
Haverá um pouco mais de céu.  
O fusca verde mágico com bagageiro...Fora da Garagem!
A chave perdi - não faz mal - deixe a porta aberta.

Sofia! Eu só quero partir numa boa e ouvindo vários blues! 
A Estrada e até acabar...                                          2x
Até acabar...

Na contracapa do Hendrix eu encontrei a letra mais uma vez ... 
"Yeah, but you know good well baby!"
k7, baseado, óculos "Roy Orbison", Whisky e Kerouac no porta- luvas.
No retrovisor eu vejo o primeiro número de uma casa qualquer.
A estrada e até acabar...Vai ser o máximo estar com você!

Sofia! Eu só quero partir numa boa e ouvindo vários blues! 
A Estrada e até acabar...                                          2x
Até acabar.



A chave perdi - eu acho - não apague a luz.
Sobre o que esta escrito no filtro de café na parede...
Eu quero contar minha histórias só depois do Sol se pôr.
Eu visitei Deus, ele abriu uma long-neck e jogou outra pra mim...
Disse que ninguém lhe entende, tinha lá suas crises de consciência.

Sofia! Eu só quero partir numa boa e ouvindo vários blues! 
A Estrada e até acabar...                                          2x
Até acabar...


Hey baby, essa  é sua canção...Deixe estar! Eu só quero partir numa boa.
Eu escolhi você para ser minha mulher.
É você entre os livros?! Entre as letras?! Ela trabalha no 8˚ andar.
Hey baby, devolva minhas fotos!
Nos casamos no campo em meio aos algodões.
A chave eu perdi...Sei que perdemos, só não tranque a janela.

Sofia! Eu só quero partir numa boa e ouvindo vários blues!
Eu só quero partir numa boa
Eu só quero...                                                    1X
Sofia! Eu só quero partir numa boa...
A estrada é até acabar...
Até acabar...

"Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me...Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly acrossthe sun.."





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ps: 
     ele diz - na despedida eu escrevi  em um filtro de café "vou amar e já volto" depois colei ele na porta. 
     ela diz - eu gosto muito dessa sua parte!





domingo, 21 de julho de 2013









      #dofim             

                                                                    https://vimeo.com/70712807 

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sábado, 23 de março de 2013





  

COLOR BAR


É a fonte de luz, é a branca neve que já senti, é o doce em comunhão, é o sopro das bolhas de sabão na varanda, é o olho cortado de "Luis Buñuel", é o desenho do amor na projeção do futuro. No teu muro tem a poesia visual da tempestade e sobre o céu tem a chuva de granizo no dia da festa. Aqui dentro tem a alegria das crianças brincando no tapete da sala... Crash, boom, bang!E tem também na nossa cozinha o Hot-Dog da tia Sil, o azulejo português, o leite derramado,acho que tem lá no cesto de remédios, nenhum dos remédios. Só tem  chá de boldo e erva cidreira em cima da geladeira, tem caqui e a benção D'avó sentada lá no quintal, tem a raiz, tem o cheiro de bolinho de chuva, tem o meu filho com sono e tem a  mulher da minha vida nesse papel...É bom amar! Lá fora tem o café ao pé da escada e a Dona Rosa no jardim do além,tem aquela pausa de tudo. Eu fiz o mundo ser mágico! Eu fiz ele caber em uma lona de circo, eu fiz uma foto nossa sem nenhum foco, eu revelei coisas estranhas, revelei o verde (pois essa é a minha cor) revelei a menina de cabelo solto e encaracolado, ela tem o anel da Duquesa, ela tem a magia! Eu caminhei durante dias... Eu perguntei sobre a casa S|N°, eu encontrei  aquela pequena levada pelo vento, ela estava na ponta...Dependurada no balanço de cabeça pra baixo, reconstruindo seu coração de argila. Ela apontou o dedo e avisou-me com seu silêncio que todo o sentimento era uma falácia, uma bobice de dar dó...No fim, chorou que as minhas instantâneas nunca existiram, eram elas todas imaginarias. Eu voltei do sonho e parei no vinho, goles com "Chet Baker"...Há tempos! Mais no meu Cineminha particular existem algumas "Divas", na película "36 mm" tem Virgínia, tem Beli, tem Babi, tem Julia e tem a Menina que lê Foucault. Tem também a sereia e a abelha, e no fim do fôlego e do roteiro tem o teu olho azul (isso parece ser para sempre)...Happy End! Há, sim...Não posso esquecer...  Agora também tem o fim da minha poesia tola e fofa!O fim de um período! Agora é o foda-se!Eu arrombo a porta com a clava e a atitude tatuada,te pego pela cintura sem avisar,pois sou brega, canalha, belo, bruto e tenho a coragem comigo todas as noites. Tenho o "Steinhaeger" e as telas e a boêmia de "Toulouse Lautrec" eu tenho o direito autoral do "Eu Subversivo". Eu tenho o "Gótico", o "Barroco", a "Geração Beat", o "Cinema Novo" e  "Woodstock", tenho o filme do "Woody Allen" e a poesia de "Rimbaut". Agora é tempo da entrega das chaves e das notas do subsolo. Eu já dormi na rua, eu já dormi e transei na cama da poetisa , eu visitei o Mar de Iemanjá, eu abri toda a Íris e fiquei cego, eu grafitei os fogos de artifícios, eu cravei o foguete no olho da Lua, eu  escrevi sobre São Francisco, eu andei no caminho do meio, eu ando no meio fio, na trincheira eu orei por você, eu te pintei na parede da casa de Deus, eu te desejei, eu escutei "Like a Rolling Stones" esquentando os teus dedos, sussurrando  "Você é minha" no teu ouvido. Eu voltei e olhei pela fechadura da casa S|N° eu vi o Camaleão postado no "Aquário Azul Fantástico",  ele observava os meus passos,ele mirava o meu olho castanho claro. Eu vivi na Glória e no subterrâneo,eu bebi meus amigos e me perdi pelas vinhas...Evoé! Eu li a Bíblia, eu doei minha veia,  eu derrubei o altar, me converti ao rock and roll, eu me tornei inquebrável e ilusionista. Sou "Sonic Youth" no teu ouvido. Sou Aires domando você bem por cima de você!

No eixo sou  os meus sentidos soltos flutuando sobre a casa mágica, sobre a flor que sobrou e  sobre o fim!

Mais tem a virada e o fim do ato, tem o risco, o rabisco e o corte seco da edição, tem o colchão no chão e a luz magenta que tinge os teus seios e as tuas cavidades,tem o espelho e  nele a tua sobrancelha feita, as tuas unhas vermelhas arranhando a parede branca. Vem?! vamos arrancar a casca da tinta, borrar a noite sobre o teu suspiro...Quebrar a janela da alma, lançar o nosso corpo entorpecido no risco do apego, do prazer, do torto, do calor. Tem o fogo que vem do quintal! Ele consome toda a lição de casa, a lista de paradigmas, os balões, ele queima o banco, o sofá laranja, o álbum branco, as cartas do meu pai, o pôster da Bailarina afogada, os filmes do " Méliès", a Galharufa...A placa com o "Não" e tudo mais que achei debaixo da cama! É a Ponte...Agora é chegada a  hora da minha partida...Vejo a grande travessia! Há de ser a sonhada éspera nas reticências... Pode ser!Talvez hoje receberia a surpresa do fim de todos os meus dias...Então me abrace. Agora tem o resto do vinho e eu aqui sentado na escada, olhando o rescaldo e os olhos giratórios do camaleão... jogado no colo de "Seshat" e com o sorriso dado e ato-a, consumido por "Baco", consumido pelas chamas! Lá no quarto o fim do filme, color bar na TV e "The Doors" no volume máximo, "Love me two times,i'm goin' away"...Vem?!








É a fonte, é a branca neve que já senti, é o doce em comunhão, é o sopro das bolhas de sabão na varanda,é o 








                                                                jk







sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013




 Dois...




[Luz no plano esquerdo- A Atriz esta sentada, ela canta e acaricia sua barriga -Foco no plano direito- o Ator coloca um disco de vinil em um toca disco portátil – música-]


TELL

Passei a me acostumar com a rotina. Eu lia os livros que viviam jogados pela casa, mais tarde descobri que a maioria dos livros era de um cliente pseudo-intelectual de Anne, há... Era dele o Baudelaire. No demais, eu Jantava, almoçava, tomava meu leite e ouvia os discos na hora combinada, meu gosto era variado, de Coltrane a Sebastian Bach, de Piaf a música Húngara, e assim por diante. Anne me trazia alguns discos novos, junto às pastinacas, ovos e o sorvete de pistache, eu dizia a ela que eu odiava sorvete de pistache, ela ria e se punha a lambuzar com o tal sorvete. À noite me trazia chá e fechava a cortina da janela vermelha, deitava-se por cima de mim e apagava a lamparina. Já não me incomodava a clientela de Anne e nem os risinhos e gemidos, agora já imperceptíveis. Eu já não sabia mais do meu amor por Anne. O que acontecerá?  Mas continuava a pensar nela, de alguma forma. Será que ela era a mesma do banco? E eu era o mesmo do banco?  Je sais pas!



jk...



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013





O Quadro de Klimt

                        

Parte I (com filtro)

Ábdito a alma que ama, abrevio a Ventura...
Indago os mosaicos colados por ti... No cartão-postal.
O teu Amor...
Aspirado por mim em um dia monocromático, e
inspirado (talvez) pelo entorpecente sopro idílico.
Já contraída a paixão nas noites imensas e dionisíacas... Ou
nos sonhos em super 8 mm,
nas lembranças de cores saturadas...
E nos meus passos matinais...
O joelho ainda dói!
Espere...
Vamos voltar juntos, preciso dizer:
É Sobre os adjetivos que sempre te envio... Sobre as Polaróides...
Sobre o preto e branco e o rabisco de um talvez...
No profundo e nesse ínterim,
quero obter tua verve única, e te revelar em telas abstratas.
Tu e teu amor jamais explorado!
Ábdito assim o meu sentimento, ao menos mais uma vez... 
Só por hoje!
Pois amanhã, será Deus o nosso tempo.
Eis nossa Aventura...
Eis-me aqui, ávido pelo o ouro de teu beijo! 
















Parte II (sem filtro)


Correndo da chuva!
Sem sinal, sem linha...
Sem Quadro algum na parede!
Vejo Tarkovisky, releio Dostoiévski, escuto Tchaikovsky...
Besteira tanta vodca!
Não Basta!
A resposta se encontra na rua, no sinal verde, nas mãos dadas...
É isso! Agora...Volto a viagem introspectiva,
eu restauro o “Quadro de Klint” em teu beijo...
eu revelo nele o silêncio... Derramado e Imersível.
E aqui... Na tela branca... Na ponta do pincel N°5/0
No ponto de fuga, na tal anomia , na tinta seca,  que...
O Dilúvio vem ao som de Bach (St. Matthew Passion) Erbarme Dich...
É profundo quando se sabe ouvir... É que...
O amor não espera, ele vai e cai em algum lugar... 
É nessa hora que te sobra tanto ...
Que me basta aceder e crer nesse belo que nos permeia.
Abstraindo os temores e o não amor... 
A busca? A lenda de Danae? O blá, blá, blá do pensamento... O beijo!
Qual é o quadro?
Eu achei... É ele pendurado aqui.
Eis o Dourado de Klint, o amarelo girassol e o chá quente sobre a pia...
Na Retina a Flor do Sol... Ela gira á procura de luz, não dos vasos...



















( **Que... Vaza, escorre pelo corpo... Borra, bagunça, dança e renasce dourado. É tanto...)


                                            Letra|jk...                              






domingo, 27 de janeiro de 2013







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O Barco e o Escafandrista

Foi quando emergiu do mar para emanar algo real! Trazia consigo uma mensagem de que esta tudo bem, de que a vida é esse som que te faz ninar, é essa aquarela que tinge o céu e respinga em teu barco levado pela maré. O resto é colorido, sim! Então não tenha medo...Olha as nuvens preenchidas de tinta... Contemplastes! Foi quando saiu do escafandro e se pôs a pescar estrelas do mar...



                                                                         

                            

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sábado, 5 de janeiro de 2013




PS*TEVALORIZO

Encontrei-te ao contemplar a via láctea...Junto a outras estrelas, na tempestade de fim de tarde, no dia encharcado e sem guarda-chuva... Encontrei-te equilibrando-se na linha do horizonte, nos ventos solares, no meio da multidão alheia a 
coisas belas, na faixa de areia junto às outras estrelas do mar... Achei também o vento do litoral que engarrafamos para nós, lembra? No fundo do mar procurei pelos destroços os dias e discos que tocamos em outrora, pelo diário de nossos planos que hoje são belos...mas não os encontrei, achei apenas a casca de noz  que não podemos mais quebrar, nela a duas vidas em vias opostas com cores de mar e ventos diferentes. Podemos guardá-la? Encontrei-te na fotografia 3x4... Aquela que ainda guardo na caixa de sapato e você não lembra mais. Achei o álbum branco e os nossos amigos de 15 anos, os nomes de nossos filhos no pedaço de papel, o seu desenho preferido, o meu filme eterno, a carta dobrada e datada... Encontrei-te no meio do caminho sem um par para dançar, na calmaria do mar mediterrâneo, na musica perdida, na frase final do seu mural. Encontrei-te, e a guardarei novamente no lugar do sol, no espaço que é só meu e seu... Tu serás minha Ariadne, minha Amada imortal e a estrela de um único e azul brilho. Dormirei observando a aurora boreal para te encontrar em sonhos, escreverei em meio às ondas para te encontrar nas páginas preenchida com a arte da saudade. Por sorte avistei o mar... 
Olha só o que eu achei!                                 

jk

                                                   

    







DE VIOLÃO NAS COSTAS

Meu pai é músico. É por isso que eu tenho vinis do Jhonny Winter, Jimmi Hendrix, Rolling Stones. Por causa desta influência tenho outros vinis também além dos que afanei dele. Em 1983, quando eu nasci, meu pai achando que eu fosse me chamar Luis Filipe, me comprou um violão, um Di Giorgio de madeira belíssimo. Depois ele achou que minha irmã fosse se chamar Marlon, comprou outro violão, mas nasceu Helena. Quando a Mariana, terceira filha nasceu, ele não arriscou mais nomes de homens e parou de comprar violões. Se conformou em ter três filhas. Tentou me ensinar violão e o máximo que aconteceu foi eu saber cantar um pouco, ser mais ou menos afinadinha. Do instrumento sei alguns acordes que saem abafados quando os tento. Logo começa a machucar os dedos e já desisto. A inteligência musical é uma das mais rebuscadas que tem, dizem , e eu acredito nisso. Devo ter herdado um pouco esta inteligência, mas não a disciplina que um instrumento exige. Como o violão é muito bonito pensei em consertá-lo para botar na estante da sala, assim quando vier visita que toca, eu canto. E quando não tiver ninguém em casa, eu tento uns acordes.
Levei por recomendação do papai a um consertador profissional de violas, violões e guitarras na vila madalena. Meu pai não conseguia me dizer o  nome e número do lugar então tive que achar pelas características que ele me deu:
-É um japonês cabeludo, meio véio, numa casa azul na Teodoro Sampaio.
-E onde fica a casa na Teodoro Sampaio?
-É uma escada que sobe, antes da galeria.
-Escada que sobe. Qual galeria, pai?
-É… depois sobe mais outra escada, são duas escadas. Tem que ser com esse cara ele sim é bom. Ele vai dizer o que precisa fazer no violão.
- E como ele chama?
- Não sei. Mas tem que ser lá, só pode  ser lá.
O pior é que eu encontrei o lugar facilmente!  O japonês cabeludo não trabalhava mai lá. Quem me atendeu foi um senhor argentino chamado Juan.  A parte de baixo da loja tinha exposto vários instrumentos de cordas muito bacanas. A parte de cima, da segunda escada, era uma marcenaria de instrumentos. Lugar sonoro, encantador. Cheio de músicos testando, tocando. Deixei minha viola nas mãos de Juan.
Sábado a tarde depois de uns 5 dias, fui buscar a bichinha. Novinha em folha. Tinha umas esposas de músico me olhando na loja, todas tatuadas, fumavam cigarro na varanda no topo da primeira escada. Tem tipo um palco ali, talvez para as pessoas ensaiarem. Me disseram que as vezes até tem shows nesse espaço.
- Você toca faz tempo? – perguntou-me Juan com sotaque argentino.
- Sim.
- Quer testar?
- Não, não, imagine, só de olhar já dá pra ver que tá massa.
Fumei um cigarro de filtro vermelho, fiz cara de artista e segui pela Vila Madalena no sábado de sol com o violão nas costas. Comecei descendo a Teodoro Sampaio e depois subindo a Praça Bendito Calixto, lotada de gente a passear pela feirinha de antiguidades, e pelos bares e cantos dali. Então me dei conta que estava de óculos escuros do Ray Charles, coturnos pretos, calça preta e uma camiseta branca com um desenho em preto muito louco. Eu estava sendo vista como uma rockeira “madalenandante”.
Quando cheguei ao beco da vila madalena, espaço de paredes grafitadas e constante eventos culturais, percebi que haviam montado um half de skate.  Tocava ska, som perfeito para o esporte.
Conta-se pelos antigos moradores da Vila Madalena, os velhinhos que ainda conseguem dormir na badalada região, que toda a extensão que compreende os bairros Vila Beatriz, Vila Ida e Vila Madalena, pertenciam a um português. Fazenda do Rio Verde.  Quando ele vendeu os lotes para prefeitura , pôs os nomes das filhas nas divisões feitas. Mas a vila Madá, como a apelidamos, virou a preferida dos artistas. Ela ascendeu assim por causa de um bondinho que botaram nela no começo do século. Hoje um apartamento dos chiquérrimos arquitetos franceses da Tryptic, construído na região valem mais de milhões. É que os ricos seguem os artistas. Agora o bairro valorizou tanto que nenhum artista pode viver lá, mas ainda passeiam e se apresentam por ali.
Muitos deles me cumprimentavam com olhar e gesto parceiro, achando que eu fosse uma guitarrista a caminho do trabalho.
- Toca rock? – me perguntou um na rua.
- Opa!-
- MPB também?  Reggae?- fiz com a cabeça que sim!
Ele disse nome de bandas que eu conhecia e eu disse que tocava todas aquelas! Então ele constatou:
- “Nóis do som têmo que tocar tudo mêmo! Essa é a lei! Não sendo sertanejo, já era! Hahaha!”
Concordei de novo e continuei caminhando. Não estava mentindo, toco tudo isso no som de casa!  Adorei sentir o assédio de andar na Vila Madalena com figurino de guitarrista. Enquanto o sol se punha nas cores vibrantes da Vila que nascia pra noite boêmia.




                                                                                   POR[LIVIAPRESTES]







*Trecho da Carta "Adeus ao Teu Carnaval" ou  " O Ponto Final do Poema de Baudelaire"



Dia 21 de Janeiro comprei o livro “Primeiro Amor” de  Samuel Beckett  e eis a surpresa. Era eu o sujeito no banco, na essência da essência, espremi o que era eu e mantive os fatos fictícios do texto, adaptei-me de outra dor, e o que fica (acho) é a sutileza parte que presto a DOIS, e a um ser que já não é o mesmo, pelo menos não o mais do mesmo, Decidi dizer isso, decidi falar da queda, da partida, do grito, dessa dor passageira, dessa coisa crônica nossa que tem nomes variados em tempos diferentes e só passa com a chegada de outro ser, decidi montar esse texto, ele poderá ser utilizado ou não, poderá sim ganhar vida. E foi isso sabe, quando descobri que a amava, como o sujeito da peça, que indaga qual é o tipo de amor que sente por ela, mas mesmo assim ele volta, pra depois não voltar mais, Pois tudo esta dentro, é difícil sair,  e tem o lado do medo da queda. Mas também isso é difícil pra mim, pq a coisa toda virou uma “supernova” depois da explosão, e com o passar do tempo poderá ser mais fácil, como diz Baudelaire “...Finda-se o amor, vem a saudade, até que o esquecimento os arremesse a um canto, e os lance enfim á eternidade” Mas isso é foda , mas é bem real e cru e é também “All things must pass” o titulo do LP do Harrison que não paro de escutar, mais esse LP não tem “ give me love“, então...Penso e aceito a nossa frase como algo verdadeiro, algo que punge no âmago, aquilo que se cria e que se cuida como especial e único...Você é responsável por aquilo que cativas! Mas tudo se transforma, a natureza se transforma e nos transforma, acabam sempre sobrando os porquês. Mas se eu estivesse ai contigo? No que nos transformaríamos ou nos transmutaríamos? Talvez, feito lagarta e borboleta? Estou arrumando a casa, baby, como vc disse um dia, é isso! Estou mandando um jazz, improvisando no que sei, mas tentando manter esse som só pra mim, por enquanto! Solo e sem solo até voltar a emergir pra emanar algo real. É Tempo! Eu sei que vc estará lá...E se eu achar um banco vou deitar e te observar...Eu vou lembrar...Eu vou ver "A Arvore da Vida", vou arriscar no xadrez, vou ouvir "postcards from italy", vou mandar aquela carta que nunca mandei, vou dar risada do taxista mudo e talvez até resolva experimentar o teu sorvete de pistache. 
                                                                                                                                           
Merci!    






            2                  g       9           J    
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               u               *letra_J K        ...            W                j     J                                                                                             ps*o_ultimotrecho       9                y    K                                 2
              aa      .           y               L    o      ,      p      k         M    
   r      d                  s
            i       .      *foto_jk       rr     a        z    ***9