domingo, 27 de janeiro de 2013







-----------------------------------------------------------------------------------------------------------



O Barco e o Escafandrista

Foi quando emergiu do mar para emanar algo real! Trazia consigo uma mensagem de que esta tudo bem, de que a vida é esse som que te faz ninar, é essa aquarela que tinge o céu e respinga em teu barco levado pela maré. O resto é colorido, sim! Então não tenha medo...Olha as nuvens preenchidas de tinta... Contemplastes! Foi quando saiu do escafandro e se pôs a pescar estrelas do mar...



                                                                         

                            

--------------------------------------------------------------------------------------------------------                                        
|        
|etra
|                                                                                                                                                                                                   
|j
|
|k







sábado, 5 de janeiro de 2013




PS*TEVALORIZO

Encontrei-te ao contemplar a via láctea...Junto a outras estrelas, na tempestade de fim de tarde, no dia encharcado e sem guarda-chuva... Encontrei-te equilibrando-se na linha do horizonte, nos ventos solares, no meio da multidão alheia a 
coisas belas, na faixa de areia junto às outras estrelas do mar... Achei também o vento do litoral que engarrafamos para nós, lembra? No fundo do mar procurei pelos destroços os dias e discos que tocamos em outrora, pelo diário de nossos planos que hoje são belos...mas não os encontrei, achei apenas a casca de noz  que não podemos mais quebrar, nela a duas vidas em vias opostas com cores de mar e ventos diferentes. Podemos guardá-la? Encontrei-te na fotografia 3x4... Aquela que ainda guardo na caixa de sapato e você não lembra mais. Achei o álbum branco e os nossos amigos de 15 anos, os nomes de nossos filhos no pedaço de papel, o seu desenho preferido, o meu filme eterno, a carta dobrada e datada... Encontrei-te no meio do caminho sem um par para dançar, na calmaria do mar mediterrâneo, na musica perdida, na frase final do seu mural. Encontrei-te, e a guardarei novamente no lugar do sol, no espaço que é só meu e seu... Tu serás minha Ariadne, minha Amada imortal e a estrela de um único e azul brilho. Dormirei observando a aurora boreal para te encontrar em sonhos, escreverei em meio às ondas para te encontrar nas páginas preenchida com a arte da saudade. Por sorte avistei o mar... 
Olha só o que eu achei!                                 

jk

                                                   

    







DE VIOLÃO NAS COSTAS

Meu pai é músico. É por isso que eu tenho vinis do Jhonny Winter, Jimmi Hendrix, Rolling Stones. Por causa desta influência tenho outros vinis também além dos que afanei dele. Em 1983, quando eu nasci, meu pai achando que eu fosse me chamar Luis Filipe, me comprou um violão, um Di Giorgio de madeira belíssimo. Depois ele achou que minha irmã fosse se chamar Marlon, comprou outro violão, mas nasceu Helena. Quando a Mariana, terceira filha nasceu, ele não arriscou mais nomes de homens e parou de comprar violões. Se conformou em ter três filhas. Tentou me ensinar violão e o máximo que aconteceu foi eu saber cantar um pouco, ser mais ou menos afinadinha. Do instrumento sei alguns acordes que saem abafados quando os tento. Logo começa a machucar os dedos e já desisto. A inteligência musical é uma das mais rebuscadas que tem, dizem , e eu acredito nisso. Devo ter herdado um pouco esta inteligência, mas não a disciplina que um instrumento exige. Como o violão é muito bonito pensei em consertá-lo para botar na estante da sala, assim quando vier visita que toca, eu canto. E quando não tiver ninguém em casa, eu tento uns acordes.
Levei por recomendação do papai a um consertador profissional de violas, violões e guitarras na vila madalena. Meu pai não conseguia me dizer o  nome e número do lugar então tive que achar pelas características que ele me deu:
-É um japonês cabeludo, meio véio, numa casa azul na Teodoro Sampaio.
-E onde fica a casa na Teodoro Sampaio?
-É uma escada que sobe, antes da galeria.
-Escada que sobe. Qual galeria, pai?
-É… depois sobe mais outra escada, são duas escadas. Tem que ser com esse cara ele sim é bom. Ele vai dizer o que precisa fazer no violão.
- E como ele chama?
- Não sei. Mas tem que ser lá, só pode  ser lá.
O pior é que eu encontrei o lugar facilmente!  O japonês cabeludo não trabalhava mai lá. Quem me atendeu foi um senhor argentino chamado Juan.  A parte de baixo da loja tinha exposto vários instrumentos de cordas muito bacanas. A parte de cima, da segunda escada, era uma marcenaria de instrumentos. Lugar sonoro, encantador. Cheio de músicos testando, tocando. Deixei minha viola nas mãos de Juan.
Sábado a tarde depois de uns 5 dias, fui buscar a bichinha. Novinha em folha. Tinha umas esposas de músico me olhando na loja, todas tatuadas, fumavam cigarro na varanda no topo da primeira escada. Tem tipo um palco ali, talvez para as pessoas ensaiarem. Me disseram que as vezes até tem shows nesse espaço.
- Você toca faz tempo? – perguntou-me Juan com sotaque argentino.
- Sim.
- Quer testar?
- Não, não, imagine, só de olhar já dá pra ver que tá massa.
Fumei um cigarro de filtro vermelho, fiz cara de artista e segui pela Vila Madalena no sábado de sol com o violão nas costas. Comecei descendo a Teodoro Sampaio e depois subindo a Praça Bendito Calixto, lotada de gente a passear pela feirinha de antiguidades, e pelos bares e cantos dali. Então me dei conta que estava de óculos escuros do Ray Charles, coturnos pretos, calça preta e uma camiseta branca com um desenho em preto muito louco. Eu estava sendo vista como uma rockeira “madalenandante”.
Quando cheguei ao beco da vila madalena, espaço de paredes grafitadas e constante eventos culturais, percebi que haviam montado um half de skate.  Tocava ska, som perfeito para o esporte.
Conta-se pelos antigos moradores da Vila Madalena, os velhinhos que ainda conseguem dormir na badalada região, que toda a extensão que compreende os bairros Vila Beatriz, Vila Ida e Vila Madalena, pertenciam a um português. Fazenda do Rio Verde.  Quando ele vendeu os lotes para prefeitura , pôs os nomes das filhas nas divisões feitas. Mas a vila Madá, como a apelidamos, virou a preferida dos artistas. Ela ascendeu assim por causa de um bondinho que botaram nela no começo do século. Hoje um apartamento dos chiquérrimos arquitetos franceses da Tryptic, construído na região valem mais de milhões. É que os ricos seguem os artistas. Agora o bairro valorizou tanto que nenhum artista pode viver lá, mas ainda passeiam e se apresentam por ali.
Muitos deles me cumprimentavam com olhar e gesto parceiro, achando que eu fosse uma guitarrista a caminho do trabalho.
- Toca rock? – me perguntou um na rua.
- Opa!-
- MPB também?  Reggae?- fiz com a cabeça que sim!
Ele disse nome de bandas que eu conhecia e eu disse que tocava todas aquelas! Então ele constatou:
- “Nóis do som têmo que tocar tudo mêmo! Essa é a lei! Não sendo sertanejo, já era! Hahaha!”
Concordei de novo e continuei caminhando. Não estava mentindo, toco tudo isso no som de casa!  Adorei sentir o assédio de andar na Vila Madalena com figurino de guitarrista. Enquanto o sol se punha nas cores vibrantes da Vila que nascia pra noite boêmia.




                                                                                   POR[LIVIAPRESTES]







*Trecho da Carta "Adeus ao Teu Carnaval" ou  " O Ponto Final do Poema de Baudelaire"



Dia 21 de Janeiro comprei o livro “Primeiro Amor” de  Samuel Beckett  e eis a surpresa. Era eu o sujeito no banco, na essência da essência, espremi o que era eu e mantive os fatos fictícios do texto, adaptei-me de outra dor, e o que fica (acho) é a sutileza parte que presto a DOIS, e a um ser que já não é o mesmo, pelo menos não o mais do mesmo, Decidi dizer isso, decidi falar da queda, da partida, do grito, dessa dor passageira, dessa coisa crônica nossa que tem nomes variados em tempos diferentes e só passa com a chegada de outro ser, decidi montar esse texto, ele poderá ser utilizado ou não, poderá sim ganhar vida. E foi isso sabe, quando descobri que a amava, como o sujeito da peça, que indaga qual é o tipo de amor que sente por ela, mas mesmo assim ele volta, pra depois não voltar mais, Pois tudo esta dentro, é difícil sair,  e tem o lado do medo da queda. Mas também isso é difícil pra mim, pq a coisa toda virou uma “supernova” depois da explosão, e com o passar do tempo poderá ser mais fácil, como diz Baudelaire “...Finda-se o amor, vem a saudade, até que o esquecimento os arremesse a um canto, e os lance enfim á eternidade” Mas isso é foda , mas é bem real e cru e é também “All things must pass” o titulo do LP do Harrison que não paro de escutar, mais esse LP não tem “ give me love“, então...Penso e aceito a nossa frase como algo verdadeiro, algo que punge no âmago, aquilo que se cria e que se cuida como especial e único...Você é responsável por aquilo que cativas! Mas tudo se transforma, a natureza se transforma e nos transforma, acabam sempre sobrando os porquês. Mas se eu estivesse ai contigo? No que nos transformaríamos ou nos transmutaríamos? Talvez, feito lagarta e borboleta? Estou arrumando a casa, baby, como vc disse um dia, é isso! Estou mandando um jazz, improvisando no que sei, mas tentando manter esse som só pra mim, por enquanto! Solo e sem solo até voltar a emergir pra emanar algo real. É Tempo! Eu sei que vc estará lá...E se eu achar um banco vou deitar e te observar...Eu vou lembrar...Eu vou ver "A Arvore da Vida", vou arriscar no xadrez, vou ouvir "postcards from italy", vou mandar aquela carta que nunca mandei, vou dar risada do taxista mudo e talvez até resolva experimentar o teu sorvete de pistache. 
                                                                                                                                           
Merci!    






            2                  g       9           J    
Oy
               u               *letra_J K        ...            W                j     J                                                                                             ps*o_ultimotrecho       9                y    K                                 2
              aa      .           y               L    o      ,      p      k         M    
   r      d                  s
            i       .      *foto_jk       rr     a        z    ***9