quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012










Reticências são charmosas... Dão o tom. Deixam no ar.
São despretensiosas...
Dão ideia de continuidade... Antes ou depois.
Poetizam...
Mas tem horas que é preciso usar o ponto final
... Pelo bem das próximas reticências...


                                                 por>ThysaJackes
                                                                           
                                                     





quarta-feira, 7 de novembro de 2012

As time goes by - Chet Baker




MisterBaker...



"...Você deve se lembrar deste...Um beijo ainda é um beijo... Um suspiro ainda é (apenas) um suspiro...As coisas fundamentais se aplicam. Como o tempo passa..."



{paranoitesembriagantesecheiasdesuspiros}





quarta-feira, 31 de outubro de 2012





HomenagemaoMestre



"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar"
                                                                         rubemalves

                                        http://www.youtube.com/watch?v=6OjY6saoOdE 
                    
trilhasonora.>PequenoPrincipeFeliz>Direção:RonaldoMichelloto(inmemoriam)




*Leiam...Please! Ébomd+


A Luta do Século

       - A luta do século! - bradou o Guedes.
       - Churrascão lá em casa! - completou o Vasquez.
       Murmúrios bovinos ecoaram na repartição. O Teles deu até aquela coçadinha no alto da nuca, bem onde o cabelo terminava e a careca começava. Churrasco na casa do Vasquez rimava com catástrofe. A casa era ótima, quintalzão, piscina e tudo mais, e o Vasquez era um querido. O problema era que ele não entendia nada de churrasco. Uma vez achou uma peça de cinco quilos de músculo perdida entre as picanhas, arrebatou-a sem sequer conferir a etiqueta e chegou em casa exultante com a barganha, até um segundo olhar confirmar que aquela carne não seria mastigável nem se assasse por cem anos. Fora que chovia, sempre chovia. Era batata, assim que o carvão entrava em brasa, o céu desabava. Mas desta vez era diferente, a luta era do século, e o churrasco também seria. A luta aconteceria na noite de Las Vegas, e passaria aqui de madrugada, quase ao vivo, compraram logo o pay-per-view pra não ter erro. Portanto, o churrasco seria à noite, não teria tanto problema assim se chovesse, o que era praticamente certo. Diziam que quando o Vasquez marcava um churrasco as trajetórias das frentes frias alteravam-se radicalmente. Alertaram o Guedes, que era novo na repartição, mas ele não titubeou:
       - N_ão tem problema, o evento principal vai ser sob um teto.
       E quanto ao outro problema, o do churrasco de músculo, também não era um problema: o Guedes era um ás do espeto, e sua fraldinha tinha fama internacional. Logo o pessoal matou a charada: a ideia do churrasco tinha sido toda do Guedes, que, também logo, o pessoal descobriu que tinha três grandes paixões: churrasco, artes marciais e a Glorinha da contabilidade. Ah, a Glorinha da contabilidade, nesta paixão o Guedes não estava sozinho: mais da metade da repartição arrastava um caminhão pela Glorinha da contabilidade. A Glorinha, assim como mais da metade da repartição, não dava muita bola para churrascos ou lutas, mas iria à festa por consideração, já que também era uma festa de boas-vindas para o Guedes.
       Chegada a grande noite, tradicionalmente chuvosa, o Guedes, sob o toldo, impressionou a todos em geral e a Glorinha em específico com sua fraldinha, sua linguiça e suas previsões abalizadas para a grande luta. Quando os contendores subiram ao ringue em HD, e quando até quem odiava sangue estava ansioso para ver algum jorrar, entre mordidas de picanha mal-passada, caiu um raio no transformador da esquina, que explodiu em chamas azuis. Cinco segundos depois, outro transformador explodiu, mais cinco segundos e chegou o Teles.       O Teles era famoso por ter conseguido certa vez derramar a mesma taça de vinho no sofá branco do anfitrião e na camisa de seda, também branca, do supervisor mais chato da repartição. Diziam que o Teles conseguia quebrar até uma faca Guinsu. O Teles chegou, virou para dar um abraço em alguém e deu uma cotovelada no que estava atrás. Lembrou que esqueceu o cigarro no carro e saiu. Deixou a porta aberta. Quando o Vasquez voltou com as velas, notou que os cachorros tinham fugido. Correu pela rua, xingando o sujeito que deixou a porta aberta até a nona geração. E volta o Teles, que olha bem dentro dos olhos do Guedes, que estava acompanhando tudo, ainda meio chocado com a perspectiva da realidade, e diz: "não fui eu". Alguns dos mais frustrados pelo súbito blecaute chegaram a insinuar que o Teles tinha que ter alguma coisa a ver com aquilo - no mínimo, teria batido com o carro no poste. Quando o Guedes ouviu esse cochicho, entrou em chamas. Aquela luta era a revanche da revanche da revanche. Guedes aguardava aquilo faziam exatos oito meses e vinte e sete dias. Fora que estava se matando para fazer um churrasco perfeito, mas, sem luz... Era como fazer uma cirurgia cardíaca no escuro, toda a precisão morre, e o paciente também, artérias entupidas. Alguns disseram que a festa ficou até melhor, que o violão amplificado estava muito distorcido, e que a luz de velas era muito mais intimista. Ao ouvir isso, Guedes ficava roxo, e se perdia no corredor, murmurando: "minha luta, minha luta, minha luta...", como se a luta fosse de fato dele, como se, deixando de vê-la, as chances de sucesso do seu favorito diminuíssem drasticamente.    
       Quanto ao Teles, a parca iluminação só fez ajudá-lo a manter sua reputação. Quarenta minutos após sua chegada, todas as taças estavam quebradas e os convivas bebiam do gargalo. É claro que não foi o Teles quem quebrou todas as taças, mas de fato as taças só começaram a ser quebradas em massa depois da sua chegada. Alguns diziam que era uma aura que ele irradiava, uma influência que era impossível escapar. O único que não quebrou nada foi o Guedes, agarrado à sua latinha de cerveja, churrasqueiro de raiz, frustrado até a gota. Teve uma ideia: ligar para o cunhado, pedir para ele colar o celular na TV para ver se dava para captar alguma coisa. Não estava dando. Quase chorando, o Guedes resolveu aceitar aquela garrafa de uísque que o Vasquez tinha ofertado para aplacar-lhe a angústia. Sentou num degrau isolado, serviu uma dose, pôs a garrafa de uísque na frente dos pés e observou o refletir dourado e bruxuleante do líquido adiante das velas, celular colado no ouvido, ouvindo estática. Foi quando o Teles passou correndo e chutou a garrafa de uísque, estilhaçando-a em mil caquinhos. O Guedes quis botar o rosto entre as mãos e chorar, mas a Glorinha da contabilidade surgiu através das velas e ele engoliu as lágrimas:
       - Posso tomar um gole do seu uísque? Eu estava bebendo vinho, mas parece que o Teles quebrou a última garrafa, e parece que a dose que está na sua mão também é a última.
       E a Glorinha pôde. Tomar um gole, dois, três... Quando estava se sentindo meio tonta, e quis ir embora pra casa, "pra não fazer bobagem", eles descobriram que o Teles, ao ir embora, conseguiu quebrar a chave dentro do trinco da porta, de maneira que todos ficaram presos na casa do Vasquez até às sete da manhã, quando chegou o chaveiro. "Todos", no caso, eram o Guedes, a Glorinha, e os donos da casa, que, bons e calejados anfitriões, ofereceram um único quarto:
       - Desculpa, gente, só tem esse quarto. O sofá da sala está impossível.
       - Problema nenhum. - respondeu o casal, em uníssono. 
       Duas semanas depois, o Guedes ainda não sabia o resultado da luta.




por>guilhermesiman...Baseado em um certo ser e outros ser(es) +







terça-feira, 30 de outubro de 2012








Feitoagora...


Estar só, me faz rosnar solos no violão, me faz comprar Cactus em demasia, me faz não pisar no solo (como deveria). Estar preso no metrô me faz ser distante, me faz não querer tomar providências amorosas...Retorno ao vinho, a minha reserva, ao meu engano. Tudo me parece estar extinto... Tudo é esse vazio virtual, esse não abraço, esse não encontro... Não amor! É a queda de joelhos (ele dói a cada degrau vencido) é a falta de todos os lados... O lado que te protege, o lado da parede que te faz bem ao lado da cama, o lado abraçando você na chuva, o lado te oferecendo um abrigo no colo... Eu estou sem os dois lados, pois ficaram perdidos na estrada (em algum lugar).Construo o meu casulo, meu lado escorado por fios que arrebentam a cada instante...Desisto e contemplo as paredes do meu quarto, os quatros cantos... Tudo é um grande deserto branco! Penso nos Cactus e nas suculentas... Estranho não cultivar os canteiros ou mesmo a areia e o céu  da praia violeta...Estranho ler o livro do velho poeta corroído por traças no meio das conchas com areia. Pego o teu bilhete na geladeira! Como tudo vai ser em outros instantes? Como vai acontecer? Quem você irá encontrar pra dizer bom dia? Quem vai ser você daqui a exatos sete anos? O presente me faz silenciar perto de sua magnitude, às vezes ele passa despercebido no meu humor ato-a ou no meu sorriso só... Ele o "Presente"  tenta mostrar suas novidades com toda seriedade possível  mas eu me pego comprando paixões platônicas no banco do ônibus ou na escada rolante de um edifício qualquer, ou mesmo aqui sentado ao teu lado ...Meu passado? Tomo café com ele todos os dias, ele baila em meus sonhos, ele me traz de volta os olhos azuis...Por enquanto! Mas pela janela eu vejo a moça do correio, eu beijo a noiva, eu abraço o amor na morte eu coloco a placa na árvore da sorte... Ela diz: Vende-se Sonhos!

                                                                                                                                       
                                                                                                                                                   

                                                                           




letra&foto:
jk.






quinta-feira, 25 de outubro de 2012


  

                          
                                                                          ...


DOIS...

Mas que diferença faz que um grito seja fraco ou forte? O que é preciso é que ele pare. Durante anos acreditei no fim de seus gritos ... Agora não acredito mais.

Teriam sido necessários outros amores, talvez. Mas o amor não se encomenda.

[O Ator retira a Flor do vaso, vai em direção ao banco - luz no plano central – O ator senta no banco – luz no banco – diz o texto olhando para a Flor vermelha]

O que se chama amor é o exílio, com um cartão- postal da terra natal de vez em quando, foi esse meu sentimento naquela noite. Quando tudo terminou, e meu próprio eu, o domesticado, foi reconstituído com o auxílio de uma breve inconsciência...Encontrei-me só.


[B.0]

...

Este texto é uma adaptação livre da novela “Primeiro Amor” de Samuel Beckett, escrita em 1945.

Personagens: Tell & ANNE
...
JK


sexta-feira, 21 de setembro de 2012





00:00

HÁ FITAS COLORIDAS ESPALHADAS PELO CHÃO, RESQUÍCIOS DE UM ENSAIO HABITUAL... NA COLUNA DO MEIO O DESENHO RETANGULAR FEITO PELA LUZ RECORTADA DO (RETRÔ)PROJETOR SEM SLIDES.
NO CANTO ESQUERDO ENTRE A ENORME INSTANTE BRANCA E ENVELHECIDA, AINDA ADORMECE A ESCULTURA DE ALGUÉM E OS LIVROS DE CAIERO, BORGES E BAUDELAIRE.
NA GAVETA COM O PUXADOR QUEBRADO ENCONTRO A TUA FOTO LOMOGRAFICA NO DOCE JARDIM... O SOL ERA NOSSO... FOI NO CÉU DE ALGUM LUGAR DO MUNDO, EU SEI!
PELO CHÃO DE CIMENTO QUEIMADO... MEU PEQUENO VASO COM A GÉRBERA AMARELA... ELA MORTA, ELE ESPATIFADO.
NA PORTA DA ANTIGA FRIGDAIRE VERDE-LIMÃO, PEDAÇOS DO MAPA MUNDI PENDURADO PELO IMÃ COM A IMAGEM DE UM SANTO NA CAIXA DE FÓSFOROS, DAQUI VEJO APENAS O HEMISFÉRIO NORTE E UM POUCO DE ESPERANÇA... SIM... POR QUE, NÃO?
A SALA ESTA ESCURA, SOMBRAS PELO TETO... NO CANTO DO QUADRO BRANCO O ULTIMO BILHETE COM A POESIA DE NERUDA... NÃO VEJO MAIS SENTIDO! ATRÁS DA POLTRONA UMA LUZ ARTIFICIAL (OUTRA) ENTRANDO PELA JANELA VERMELHA SEM CORTINA... ELA ILUMINA OS MEUS DEDOS COM A CANETA SEM TINTA... A MÃO ESQUERDA ESTA PRENCHIDA DE RABISCOS... IMINÊNCIA POÉTICA.

“TUA TOLICE E O TEU EGOÍSMO TE PRENDEM NO VAZIO”
“HÁ UM SUJEITO SEM ROSTO QUE VC AMA!?”
“E EXISTE COR EM QUEM VC AMA?”

O DISCO DE VINIL ACABA, MUDO PARA O LADO B... A CAPA É UMA ARTE, É UMA FAIXA DE PEDESTRE, É UMA TRAVESSIA DE OLHOS FECHADOS.
EU VOLTO A PENSAR EM VC E ME TORNO SÉRIO, SÉRPIO, SINTÉTICO ÀS VEZES! É ASSIM... O DAMASCO TBM, O VINHO TBM... TUDO ESTA NO FIM!
DEITO NO DURO SOFÁ LARANJA... EXATAMENTE NA DIVISA DE TUDO... LANÇO O OLHAR CANSADO SOBRE A MÃO DIREITA... NELA O CONTROLE.. (CLICK)MUSICAL DOS ANOS 30... P&B! FRASES NA MÃO DIREITA?

“HAVIA DUAS TAÇAS DE VINHO QUE DEIXEI COM VC!”

“ESTAMOS SUJEITOS A TUDO!”

“SANEAREI OS SUBTERRÂNEOS DE MINHA ALMA... DEPOIS INUNDAREI TODO O ESPAÇO QUE SOBROU ATO-A E SEM RAZÃO”

O RELOGIO OITAVADO NA PAREDE SEM MOFO CRAVA 00:00...BLACKOUT.




                                                           jk.







domingo, 2 de setembro de 2012



...CONTINUANDO A BUSCA POR ALGUÉM QUE ME FAÇA LIVRAR DE TODO O PENSAMENTO...




frase:[wcbarbordelo-bh-g.siman]

fhotolomography:




terça-feira, 14 de agosto de 2012








Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...
É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos...


[FERNANDOPESSOA]


paramauricioeliaborges.............................................................fotolomograficadecpolpa





terça-feira, 3 de julho de 2012






S/N°

Deito-me no canto com dúvidas e desastres, sem linha, sem jeito, com medo feito e frio. Aquela alma esta perdida e presa... Apagada! É o mesmo som do não... Eloquente! Cego e onírico, afundo a tua alma na lama, vou ao barco dos notívagos sem vela...Vagando pela noite seca, épica, etérea! Pesco a oração em uma bula qualquer, rezo nos campos dos nevoeiros, suplicando a intervenção na queda. Corro no sentido anti-horário, entre tempestades e devaneios... Arrancando as cores das flores e jogando ao vento, pisoteando as outras nove em uma despedida falsa. O acidente é o que restou...A magia morreu na tua página amarela ! Não serei só o teu sol...Mas o solo que tudo oferece, o calor que cura a fratura, o exilio do nosso amor! A velha casa sem número, sem referência e sem reboco...Serei o seu silêncio! E a outra pagina branca com reticências?! Agora tanto faz! Aqui, finda-se o amor! O outro Sol do lado de dentro me espera.


                                                                                                                                                            jk




domingo, 17 de junho de 2012

 

 

AntonieetCollete:







                                                                                                                                           15/04/12
                                                                               pourvous!


segunda-feira, 4 de junho de 2012




 



És tua essa Lua?
 
    vc esta por toda parte!    












Vida Pop


Nasci/ Querubim

Berrei/Zeppelin

Assoprei/Miles

Sorri/Chaplin

Sonhei/Fellini

Namorei/Gainsbourg

Transei/Vivian Leigh

Dancei/iê-iê-iê

Beijei/Jolie

Cantei/Bowie

Ouvi/Ludwig

Olhei/Dali

Pintei/Basquiat

Brindei/Pinot Noir

Viajei/Méliès

Lhe dei/Neruda

Chorei/ Me

Amei/You

Expulsei/Eva

Draguei/Erva

Assoprei/Kubrick

Bebi/Bukowski

Morri/James Dean

Renasci/Kundun

jkletra



sexta-feira, 1 de junho de 2012

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COPO AMERICANO!
No balcão bebo e logo existo!
Insisto nos goles, insultando o whisky com gelo.
A fuga sucede-se em segundos...
A TV, a existência, a receita,
o ex-amor, o comportamento, a conta!
Esqueço... E desço ébrio pela ladeira!
É o tranco no barranco com o bolso vazio.
Tropeço na imagem barroca pedindo esmola

...Soluço contínuo.
Mais uma dose meu bom amigo?!
Pois o desgosto esta por vir no breve arroto.

O Deus não sai da boca?!

A cabeça tonteia no meio fio,
Mirando, um, dois, quatro ratos...
O transeunte mexendo no bolso...
Moedas para o hot dog?
A queda iminente do meliante!
Homem barbudo e olho fundo,
ele é destilado, fermentado e engarrafado!
É o nó em cima de outro e ponto final.
E de se despencar na saideira, lavando o chão...
Levando o escorregão na solidão.
Na mão o copo americano sujo, intacto...
Caio na esquina da bica!
Levantando a outra mão, dedo indicador.
Indico a garrafa com o rótulo rêtro! Lembra do nosso velho?
Amaremos como no outdoor e assim será!
Beber-te-ei em doses embriagadas de amor e moderação,

para todo o etílico barril e sempre, amém!

jk.(com copo na mão)


sexta-feira, 27 de abril de 2012



...

Trechos do Texto:

"O FANTÁSTICO E FABULOSO MUNDO DE MÉLIÈS"
...
MÉLIÈS
Lucien, que tal de termos um filme colorido?
LUCIEN
Como ira conseguir essa proeza, Méliès! Que avanço tecnológico tem para tal efeito?
[Mostra-lhe o pincel] 
MÉLIÈS
Ora... Não há avanço tecnológico nenhum, apenas o simples e funcional pincel. Pintarei fotograma a fotograma de “Le Diable au covent”, pintados a mão com muita paciência e dedicação.
LUCIEN
Le Génie  Méliès! Essas ideias só podem provir dessa ilustrada careca, que brilham feito suas ideais.
MÉLIÉS
Sensationnel, Lucien! É sempre bom trabalhar com humor, foi por isso que escolhi essa profissão. Trés Bien... Irei terminar essa nova arte em casa, no meu esperado repouso.Oui!Hoje continuaremos á sequência do “L’affaire Dreyfus”
[Méliès pega os textos encima da mesa]
Vamos à distribuição dos personagens... 
Lucien você será o “Capitão Dreyfus”... Eu serei o “Maitre Laborit”, o defensor do capitão. Agora só falta-me o soldado da corte marcial.
[Observa o Jardineiro]
Abracadabra! O senhor que esta regando o que sobrou do jardim?!
LOUVEL
Moi!
MÉLIÉS
Oui!  Qual o seu nome, ”mon noble signeur”?
LOUVEL
Louvel, Senhor!
MÉLIÈS
Félicitations Louvel! Hoje o senhor será presenteado com seu primeiro papel artístico, você protagonizara o “Soldado da corte marcial”.
LOUVEL
Mas senhor! Eu estou cuidando do seu jardim, é preciso terminar o serviço ainda hoje.
MÉLIÈS
O que você fará, não será muito diferente. Agora me passe o seu regador e tome o seu texto. Bonne chance!
LOUVEL
Merci!





JK




quinta-feira, 26 de abril de 2012





 O último bilhete de geladeira
O ignoto coração é feito de suas (s)obras! Ate-a fogo e padece na (re)volta de tua forma.
Tonto, bate forte... Ferido na tua tola morte.
A ignorante alma e feita de seu pe(n)sar! Bate ao vento e emerge do re(volto)  mar.
Torta, voa frágil... Perdida na tua solta sorte.
 JK + letra e foto


sábado, 14 de abril de 2012



KUBRICK + SCORSESE =








Gênesis 7, Versículo 9.

É uma arma branca em um peito aberto, em minutos...
Separando a carne imunda para o avesso do sétimo dia.
Talvez, Noé não tivesse razão... Então!
Sem resmungos, vou ruminando sobre a ração, na minha porção.
Não me incomodo, sei que irei me acomodar no devido lugar.
Concentrando-me no quadrado...
E o sozinho vizinho novilho ao lado a me olhar,
e eu a olhar este mar de esterco á frente, e o
o leitão são na flagela de sua engorda,
com o seu sonho de Alentejo acima de seu focinho.
Econtro o teu  alento no festejo para com seus pedaços,
em um futuro sábado mundano qualquer.
O corpo não gira, a cabeça imagina...
Há o abetodouro no alto junto ao curtume azedo,

o odor a arder as minhas dores...
Estico-me no  barro e vou bebericando,
são goles abismais, tropeços de absinto.
Vivo no fim, cada dia na fila certa do canto do curral,
no cruel destino ao cair no prato do padre ou
despejado na pedra do despacho.
Na saída da porteira, vou às estribeiras...

Á liberdade da morte, bem aventurada seja!
Procriarei azia no culto, azia no pecado do cachaço da cidade.
Pois eu sei que a costela vai saltar, vai assar nas bocas crentes.
Com uma marca na embalagem e uma mancha roxa no rabo...
No natal ou no carnaval... Alguém pediu meu pernil?
Foi àquele senil pastor! Dei-me minha maça, senhor!

JK


terça-feira, 10 de abril de 2012



Luz
Apague essa luz...
Olha o baixo, abaixa!
É a bateria, agache!
Sua cabeça bate, dói...
Não nos delate! Corre...
do burro e do murro, na levada do bumbo.
E eu te espero em cima do muro,
no alvo, na curva , na cova.
Embaixo do corpo sem idade.
Na guia, na cidade, atrás do poste pichado,
fichado com o cano na boca,sem Dropes

pisado com boa dose de Dops.
Escute o surdo e pise fundo...
Sem sussurros! Estamos nus e mudos,
lá no baixo Luz, no porão sem cruz.
Na forca sem benção, na força que falta,
Colhendo o som da cabeça que rebate
nas grades, no chumbo.
Acenda sua vela, Faça-se a luz!
Sem tambor? Sem amor!
Eis só o gole dessa dor,
na batida do atabaque para bater teu orixá,
Sem gira, no batuque da ira.
Bate, bate... Até não bater mais,
olha o breque, olha o apito!Ficou vivo?
Vai ser na sombra da queda ou pendurado pela janela?
Um tiro no ouvido, Estampido... Choque!

Não chore, apenas volte e toque aquele acorde.

Acenda essa luz...
Faça-se jus!

jk___



capovilla-peixoto-vlado