terça-feira, 30 de outubro de 2012








Feitoagora...


Estar só, me faz rosnar solos no violão, me faz comprar Cactus em demasia, me faz não pisar no solo (como deveria). Estar preso no metrô me faz ser distante, me faz não querer tomar providências amorosas...Retorno ao vinho, a minha reserva, ao meu engano. Tudo me parece estar extinto... Tudo é esse vazio virtual, esse não abraço, esse não encontro... Não amor! É a queda de joelhos (ele dói a cada degrau vencido) é a falta de todos os lados... O lado que te protege, o lado da parede que te faz bem ao lado da cama, o lado abraçando você na chuva, o lado te oferecendo um abrigo no colo... Eu estou sem os dois lados, pois ficaram perdidos na estrada (em algum lugar).Construo o meu casulo, meu lado escorado por fios que arrebentam a cada instante...Desisto e contemplo as paredes do meu quarto, os quatros cantos... Tudo é um grande deserto branco! Penso nos Cactus e nas suculentas... Estranho não cultivar os canteiros ou mesmo a areia e o céu  da praia violeta...Estranho ler o livro do velho poeta corroído por traças no meio das conchas com areia. Pego o teu bilhete na geladeira! Como tudo vai ser em outros instantes? Como vai acontecer? Quem você irá encontrar pra dizer bom dia? Quem vai ser você daqui a exatos sete anos? O presente me faz silenciar perto de sua magnitude, às vezes ele passa despercebido no meu humor ato-a ou no meu sorriso só... Ele o "Presente"  tenta mostrar suas novidades com toda seriedade possível  mas eu me pego comprando paixões platônicas no banco do ônibus ou na escada rolante de um edifício qualquer, ou mesmo aqui sentado ao teu lado ...Meu passado? Tomo café com ele todos os dias, ele baila em meus sonhos, ele me traz de volta os olhos azuis...Por enquanto! Mas pela janela eu vejo a moça do correio, eu beijo a noiva, eu abraço o amor na morte eu coloco a placa na árvore da sorte... Ela diz: Vende-se Sonhos!

                                                                                                                                       
                                                                                                                                                   

                                                                           




letra&foto:
jk.






Um comentário:

  1. "Estar preso no metrô me faz ser distante, me faz não querer tomar providências amorosas..."
    O metrô é sempre um convite para pensar no que não queremos pensar...

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