quinta-feira, 5 de abril de 2012

 



BRIZA

No barco me calo e bocejo ao som baixo do fado,
velejo no meu mar e atravesso pelo teu avesso,
pesco os seus sonhos entre tufões e os náufragos,

viro a página vazia e encho-me de ondas pacíficas.

Busco em ti pela boa briza da tarde, apenas em teu olhar,

Serenamente e com os pés apoiados em teu colo; á observando...

No Profundo azul de teus olhos.

Ancorado, escrevo sobre a sombra as nossas sobras,
construo amigos entre areia, neblina e vento,

vigio os cavalos marinhos, e desenho as rochas com carvão,
reformo o amor com gravetos e um pouco de cor,
Invento uma sereia e retiro teu en(canto) pela dor,
acho o vosso santo, toco teu céu, caio pela cólera.
Tranco-me em um velho escafandro no fundo do oceano,

me inundando de Magóas...Mudo para o Mundo acima.
Emanando o som das conchas, afogando-me entre tuas cochas. 
Solto; cruzo o revolto índico a nado, tocando o outro lado seco,
cego de sal, ferido de anzol, suspenso por linhas e arpões,
carregado por Orcas e Cachalotes, arremessado ao píer,

suspirando o sol, apontando a gaivota e o seu voo final,
envolto na fina rede do teu dolente pescador.
Calado no cais do lado de cá. Aportando...
Encerrando o fardo desse além-mar.
 (JK) letra e foto.
  


Nenhum comentário:

Postar um comentário